Pagamentos de prestações e facilidade de crédito estão entre fatores que têm comprometido orçamento dos brasileiros

Entender os hábitos de consumo e de crédito dos brasileiros é uma forma para, também, compreender o que compromete o orçamento da população. Para o isso, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e com a Offerwise, fez um levantamento para entender os fatores levados em consideração na contratação de crédito e quando os clientes do Brasil encontram dificuldade para quitar suas dívidas.

Um dos hábitos que compromete o orçamento do consumidor é o parcelamento de compras. O levantamento aponta que 78% das pessoas parcelaram suas aquisições feitas pelo cartão de crédito nos últimos 12 meses. O Pix parcelado também foi utilizado por 22% dos ouvidos pela pesquisa, o mesmo percentual daqueles que usaram o limite do cheque especial, enquanto 19% usaram o crediário. O empréstimo pessoal também apareceu no levantamento, com 25%.

Quando o brasileiro prefere parcelar ou pagar à vista?

O pagamento à vista ainda predomina nas compras dos brasileiros. Apesar de o cartão de crédito aparecer com um alto percentual, quando somadas as porcentagens de uso de Pix, cartão de débito e dinheiro, por exemplo, os números superam o uso do cartão.

Em vestuário, por exemplo, 24% dos consumidores optam por pagar no cartão de débito, enquanto outros 24% pagam via Pix. Já o dinheiro é escolhido por 7,7%. Nas compras feitas no supermercado também predominam os pagamentos à vista, com 33%, 17,6% e 9,9%, respectivamente para cartão de débito, Pix e dinheiro.

Compras de remédios também costumam ser pagas no cartão de débito para 33,9%, no Pix em 20,7% dos casos e a dinheiro em 10,4% das situações. Já nos gastos com serviços de beleza, predomina o pagamento via Pix, que é escolhido por 43,4% do público da pesquisa, enquanto o cartão de débito é opção de 16,8% e o dinheiro de outras 12,5%.

Quem opta por pedir comida fora de casa, como nos aplicativos de delivery, também tem preferência pelo Pix em 38,7% dos casos. O cartão de débito é opção de 23,5% dos consumidores, e o dinheiro de uma menor parte, 6,5%. O uso de aplicativos de transporte também aparece no levantamento com a maioria dos pagamentos feitos com Pix (31,8%).

40,8% das compras de vestuários, 31,9% em remédios, 26% nos supermercados, 21,3 para refeições fora de casa, 21% em aplicativo de transporte e 14,8% nos serviços de beleza.

Mas quando o assunto é parcelamento de contas, o cartão de crédito é o preferido dos brasileiros, escolhido em 73,4% das compras parceladas. A distância é grande para o pix parcelado, que está em segundo lugar com 9,3%. O crediário ficou em terceira posição, com 4,1% e, os cartões de loja são opção de parcelamento para apenas 3,1% dos consumidores. O menor percentual ficou para o cheque pré-datado, com 0,1%.

Brasileiros sabem quando estão com orçamento comprometido

pagamento de prestações comprometeu o orçamento de 74% dos brasileiros, e essa parcela ouvida pelo levantamento tem consciência do comprometimento de suas finanças pelas compras parceladas. Entre as classes sociais A e B, 84% das pessoas comprometeram o orçamento com o pagamento de prestações. Já nas classes C, D e E esse percentual cai para 71,2%.

Além disso, 52% dos entrevistados comprometeram até 75% da renda mensal com o pagamento de dívidas em atraso, um número distante dos outros 28% que não têm contas atrasadas para pagar.

Quando questionados sobre se considerarem consumidores muito endividados, 67,5% disseram que não. Outros 27% admitem que têm dívidas, como parcelas de compras, financiamento ou empréstimos com pagamento em aberto para os próximos meses.

Falta controle de controle do pagamento das prestações e riscos do crédito fácil

A pesquisa apontou a falta de controle das prestações como um fator que colabora com o endividamento da população. Dos ouvidos, 49% controlam o pagamento de suas prestações. Por outro lado, outros 51% não têm feito o monitoramento desses débitos.

análise de tarifas ou juros também foi outro ponto abordado pela pesquisa. Mas, nesse caso, 77% costumam verificar as taxas cobradas, contra 17% que assumiram não avaliar e levar mais em consideração questões como: saber se o valor da prestação cabe no bolso, ou a necessidade de fazer a compra, independentemente dos custos envolvidos.

facilidade de crédito é outro fator que merece atenção para não cair no endividamento. Em 2023, 39% dos consumidores que receberam propostas de bancos ou lojas que oferecem cartão de crédito, aceitaram. Os que recusaram são 44%. Sobre o aumento do limite de cartão de crédito, é aceito em 47% dos casos, e negado por 44% dos clientes. Já o aumento do limite do cheque especial foi aceito por 24% das pessoas, enquanto 60% negaram.

 

Fonte: Consumidor Moderno